Seria demasiado simples pegar na figura do arrumador e cascar de alto a baixo, com algumas joelhadas no baixo ventre à mistura. No entanto, não me perguntem porquê, dissertar sobre o arrumador fez-me recordar uma das cenas do filme Matrix que eu considero mais brilhantes. E não, desta vez não me estou a dispersar, isto tem mesmo ligação.
Nessa cena, o Agente Smith tortura o Morpheus enquanto lhe diz que existe na Terra apenas um ser vivo semelhante ao homem, que se instala num ambiente, consome todos os recursos até causar a destruição completa desse local e depois pura e simplesmente muda para outro lado, repetindo o processo. Esse ser vivo era o vírus.
Agora imaginem-me com um olhar sádico à volta de uma cadeira onde se encontra um arrumador amarrado, enquanto lhe vou dizendo:
- Ninguém percebe muito bem a tua utilidade, pois facultas-nos um serviço que ninguém te solicitou e que está disponível por si mesmo
- Cobras-nos por utilizar algo que legalmente é também meu
- Se não ceder perante as tuas exigências, é certo que serei punido
- Se não cumprires com as tuas obrigações dificilmente te poderei responsabilizar
- Dar-te um extra pode significar um tratamento especial
- Exerces a tua actividade numa área que poderá já ser taxada por parquímetros, havendo assim lugar a uma dupla tributação
- Ninguém conhece bem quais são as tuas habilitações para poderes desempenhar esse cargo
- Estás a estender a tua acção por cada vez mais lados, e com cada vez mais elementos
- És arrogante no trato com os teus clientes, sendo que reclamar tal facto é inútil
- Se não existisses, o mais certo era as coisas processarem-se exactamente na mesma
-Na nossa sociedade só existe outra figura como tu: chama-se Governo.
hehehe... Bela comparação! :)
ResponderEliminarCoitado do arrumador, não merecia ser equiparado ao Governo! Ninguém merece, exceto os próprios governantes... :S
ResponderEliminarNunca vi o Matrix! Quando eventualmente pensei nisso, descobri que já ia na sequela nº não sei quantas, mas demasiadas para o meu gosto... :)
Beijocas!
Boa crítica, rafeiro!
ResponderEliminarCheguei a recear que fosses falar do Anibal...
ResponderEliminar:)
São realmente umas personagens! Na minha rua, o negócio devia ser-lhes tão rentável que um já deixou de o ser (vejo o constantemente com a mãe no pingo doce ou a passear o cão e com melhor aspecto).
ResponderEliminarO outro que ainda desempenha funções, esticou o cabelo (sim, esticou! é uma vaidosona:) e chega-lhe pelo meio das costas) e leva uma vidinha que passa por: estar sempre ao sol, a ouvir música, a fumar e a beber minis!
Ah, também adora pôr caixotes do lixo a guardar lugares VIP. Cabrão do crl.
Mesmo, boa comparação, são ambos uns comedores. O pior é que ninguém lhes pediu nada, quando um trabalho é feito voluntariamente, não teriamos de ser "obrigados" a dar algo em troca. Pelo menos quando sou eu, ninguém me dá nada!
ResponderEliminarMeu amigo... estás-te a esquecer de uma coisa: é que um encarquilhado cérebro de um arrumador de automóveis não tem capacidade de entender esse brilhante discurso que aqui nos descreves. Muito provavelmente ele apenas entenderia... "blá blá blá... whiskas saquetas..." e responder-te-ia... "ó patrão, arranja-me aí uma moedinha ou não?"
ResponderEliminarBeijinhos tilintantes :)
Ah os arrumadores! Essas figurinhas! Estava a pensar no que te ia responder quando vi a resposta da Orquídia Selvagem. Nem mais! Faço minhas as suas palavras. :))
ResponderEliminarBeijinhos e boa semana!
os Governo toma banho!
ResponderEliminarBela comparação. Ninguém lhes pediu o que quer que fosse em ambos os caso não podemos confiar no que nos dizem. Por exemplo, já não é a primeira vez que observo um arrumador a dizer "pode vir, pode vir, pode vir.." a quem está a fazer marcha atrás para estacionar o carro e quando se vai a ver já bateu foi no carro que estava atrás.
ResponderEliminarQuerido Rafeirinho e a brincar, a brincar, disseste toda a verdade!
ResponderEliminarEssa, é que é essa! ;)
Um ossinho!
Olha, palavra está MAGNIFICO! Apetece tirar fotocópias deste texto, andar com elas no carro e oferecer aos ditos senhores. ( depois era ver o meu carrinho virar amêndoa laminada, mas isso são outros 500)
ResponderEliminarBeijo
E o pior é que o governo ainda fica mais caro...Em vez de moedinha, quer notas.
ResponderEliminarRafeiro,tens razão é tal qual o que
ResponderEliminarescreves. Mas acredita eu não quero estar na situação deles.É tão triste aquela vida.Sei que não devia mas na
dúvida contribuo sempre com a moeda.
Beijinhos.
Ahahah, relamente o arrumador e o governo têm muito em comum, ambos nos roubam e ainda solicitam um sorriso no fim.
ResponderEliminarRafeirinho...alguns arrumadores mereciam mesmo esse tratamento à Matrix, mas outros taditos...
ResponderEliminarAgora quem tu devias sentar na cadeira eram os gajos do governo mais a Angie e o Sarkozy, um de cada vez, e dar-lhes esse tratamento «virolento».
Na volta era remédio santo! Acabava-se a crise. lol
Beijocas
Verdade!
ResponderEliminarE muitas vezes até podiam aproveitar esse dinheiro para fazer algo da vida, o problema é que a maioria o gasta em drogas e cenas do género.
Abraço!
Virus e governo são duas entidades que permanecerão de mão dada "ad eternum".
ResponderEliminarbjs*
Já na minha sociedade eles se associaram. Vou-te informar. Os tais arrumadores, ou guardadores de carro são agora concursados ou contratados pela prefeitura, que emitiu um talonário numerado onde ao estacionar (claro que em local permitido) o proprietário do veículo paga a este senhor a quantia de R$3,00 reais, o que seria mais ou menos 1,5 euros. Pois bem, a coisa foi legalizada, pode até dar um ar de que arrumou a bagunça, mas pergunto eu? O cidadão ao pagar os seus impostos, muitos, já não teria que ter acesso a estas vagas?
ResponderEliminarE a noite, depois das 18h, não há este serviço, então ficamos na mão dos flanelinhas, que é o nome dos caras por cá.
Concordo com tudo o que tu disseste, são muito inteligentes as tuas reivindicações.
BRAVO!BRAVO!BRAVO! (isto sou eu a aplaudir de pé). Esta descrição elaborada de um parasita está brutal. É isso mesmo, sem tirar nem pôr.
ResponderEliminarMuito bom :D
ResponderEliminarRevolta-me a injustiça que estas a cometer contra estes abnegados e atentos auxiliares do trânsito e te dando segurança a mais quando estacionas para te divertires.
ResponderEliminarNão pensas nas horas de sol na cabeça, o correr para um lado e para o outro, o lobrigar da existência de vagas para o cavalheiro...nada!
Só vês teus pequenos interesses, Rafeiro pulguento. Anda de ônibus, aqueles que o permitem, claro, vs estão na Europa ainda...
E este meu parecer é GRÁTIS.
São uma praga, detesto-os!. E se não dermos uma moeda estamos sujeitos a ter uma surpresa desagradável, mas isso não me aflige muito, já que tenho um chaço e se levasse um risco ninguém repararia mesmo, lol!!
ResponderEliminarBeijos e boa semana:)
Texto fantástico!
ResponderEliminarA comparação do governo com um vírus tem muito que se lhe diga, muito mais do que se poderá dizer sobre arrumadores :P
ResponderEliminarAbraço,
FATifer
Há diferença entre um "arrumador" de carros e a EMEL?
ResponderEliminarConsiderando todos os teus considerandos, não lhes encontro diferenças consideráveis...
1 abraço!
Alguns são simpáticos e por aqui na Praça Velasquez houve um que foi um herói - interveio num assalto, e foi ferido.
ResponderEliminarPor outro lado, não gosto nada que me dêem instruções para estacionar, parece-me que fico logo mais trenga e com receio de os atropelar quando me dizem para recuar à vontade...
Sarava!
ResponderEliminarAmei o 'ad eternum'... bem metida!!
;)
Não posso, de maneira nenhuma, comparar um arrumador ao Estado. Desde quando é que este último arruma? Só se for os seus funcionários, em prateleiras bem escondidas
ResponderEliminarAo arrumador eu ainda faço um manguito e deixo o a barafustar sozinho... ao governo... rouba me vira me as costas e deixa me a barafustar sozinha...
ResponderEliminarSem ofensa para o arrumador quando o comparas com o Governo...
ResponderEliminarOlá!
ResponderEliminarO teu blogue está a votações aqui:
http://manuelacolaco.blogspot.com/2012/02/turista-awards-o-blog-mais-bem-humorado.html
P.S. Desta vez, não tenho nada a ver com isso e descobri por acaso.
ResponderEliminar:)
Ahaha que comparação fantástica! Adorei!!
ResponderEliminarEntre um arrumador de carros e o Governo, prefiro andar de transportes públicos a vida inteira e mudar-me para uma ilha selvagem.
ResponderEliminarBeijinhos
Patrícia
Se bem que o governo é um "arrumador" de muito maior escala. Aposto que todos os arrumadores que encontraste na tua vida ainda não te levaram nem um décimo daquilo que o governo já te levou.
ResponderEliminarFrancamente esta "profissão" também me irrita até porque eles são exigentes. Não é vinte cêntimos que os satisfazem. Tenho cá para mim que eles devem ganhar bem mais do que eu à hora :p
Abraços
E alguns são mal educados e riscam-nos o carro... que praga.
ResponderEliminarAí é que está; mas uma pessoa acorbada-se não vão eles dar-nos cabo do carro
ResponderEliminarMuito boa esta comparação....
ResponderEliminarRealmente é das tais profissões(????) que não têm enquadramento possivel.
Aqui chegam ao cumulo de estar a exercer tal arrumação encostados a um sitio onde há um parque de estacionamento gratuito para uns milhares de carros ( palácio do gelo).
Coisa desnecessárias num débil país ( como o governo)...Mas afinal até somos PIEGAS né???????????
Bom resto de semana
beijinho da Gota
Mal por mal amigo, antes o arrumador que o Governo. O arrumador coitado ainda pede. O governo simplesmente tira e pronto.
ResponderEliminarUm abraço
Olha que eu poupava mais se apenas existissem arrumadores de carros, embora que neste momento os parquímetros estejam tapados por sacos negros até novo explorador que dizem ser a câmara.
ResponderEliminarMas a metáfora de vírus acenta-lhes muito bem!!!
Mas isso são arrumadores menores, sem préstimo, mas há-os que são verdadeiros empreendedores.
ResponderEliminarNo exterior do England 's Bristol Zoo, existe um parque de estacionamento para 150 carros e 8 autocarros. Durante 25 anos, a cobrança do estacionamento foi efectuada por um muito simpático cobrador.
As taxas eram o correspondente a 1,40 euros para carros e 7,00 euros para os autocarros.
Um dia, após 25 sólidos anos sem nenhuma falta ao trabalho, o cobrador simplesmente não apareceu. A administração do Zoo, então, ligou para a Câmara Municipal e solicitou que enviassem outro cobrador. A Câmara fez uma pequena pesquisa e respondeu que o estacionamento do Zoo era da responsabilidade do próprio Zoo, não dela. A administração do Zoo respondeu que o cobrador era um empregado da Câmara. A Cãmara, por sua vez respondeu que o cobrador dop estacionamento jamais fizera parte dos seus quadros e que nunca lhe tinham pago ordenado.
Enquanto isso, descansando na sua bela residência nalgum lugar da costa de Espanha, (ou algo parecido) existe um homem que, aparentemente, instalou a máquina de cobrança por sua conta e então, simplesmente começou a aparecer, todos os dias, cobrando e guardando as taxas de estacionamento, estimadas em 560 euros por dia...durante 25 anos. Assumindo que ele trabalhava os sete dias por semana, arrecadou algo em volta dos 7 milhões de euros.
E ninguém sabe, sequer, o seu nome.
(fonte, paulorjferreira)
Especialmente Gaspas, se bem que os intervenientes têm tudo menos beleza.
ResponderEliminarTeté, tenho os DVD, posso emprestar-tos e eliminar essa lacuna gritante do teu conhecimento cinéfilo. Beijocas!
Barroca, obrigado!
Rui Pascoal, tenho o cuidado de não dizer asneiras neste blog.
Nunes, certamente foi o cão que o colocou no caminho certo, é sabido que operam milagres, mesmo em malta de cariz duvidoso como os arrumadores!
ResponderEliminarToni dos Bifes, já eu quando faço alguma coisa voluntariamente (como acelerar na sua direcção) chegam a querer que lhes dê dinheiro!
Orquídea Selvagem, este discurso é feito apenas aqui, onde os frequentadores possuem um QI acima do meu (e olha que me tenho em conta de esperto). Se fosse na vida real, garantidamente teria de usar uma linguagem ao seu alcance, mais gestual. Beijocas!
Ti Coelha, e pediste-lhe autorização, por acaso? Ou uma moedinha? Beijoca!
Imperator, atendendo ao fedor que vem de algumas leis, duvido.
ResponderEliminarArdnaxela, tive uma familiar que disse para o filho “vem, vem, vem, olha que já estás a riscar o carro todo”. Não era nem arrumadora nem do governo!
Turista, a brincar? Falei muito a sério! Beijoca!
Bianca, estou em crer que terias o carro transformado em figo passado. Beijoca!
Tio do Algarve, há-de chegar a vez das moedas, logo que acabem com as notas.
ResponderEliminarAlguém que me quer bem mas que não escreveu tudo, pois eu estaciono a cinco quilómetros só para não lhes dar moeda. Sim, é triste, mas muitos estão ali por consequência dos seus actos, e não consigo sentir pena quando assim é. Beijocas!
Maria, se bem que o sorriso só damos se quisermos. Já o dinheiro, que remédio.
Janita, juntar a Angie e o Sarkozy na mesma sala seria argumento para um filme pornográfico de classe F. Nem pensar! Beijocas!
ADLuxor, a maioria?!? Eu ia mais para a unanimidade e aclamação! Abraço!
ResponderEliminarTétisq, nada de gamar as expressões que me dão gozo usar! Beijocas!
Carolina Tavares, flanelinhas é um nome demasiado fofo para essa corja. Cá costumam ter na mão um jornal, mas ninguém lhes chama “jornalinhos”, normalmente é mais coisas terminadas em “ão”.
Marta, e não me dás uma moedinha por isso?
Amelie, muito obrigado, jove.
ResponderEliminarHesseherre, ando de comboio, que ainda é dos poucos transportes que não precisa de ajuda para estacionar!
Conchita, acho que se fizerem um risco no meu carro só o pode valorizar. Beijocas!
Teresa, e a imagem divina, faz favor!
FATifer, achei que juntando os dois só se estragava um texto. Abraço!
ResponderEliminarKok, digamos que a EMEL é um arrumador licenciado. Abraço!
Redonda, receio de os atropelar? Não percebi essa, acho que pela moeda que recebem o mínimo que podem fazer é servirem de amortecedor entre os pára-choques.
E se eu fosse puta, tu lias? Nem te passa o tempo que já tinha essa frase aqui num post-it à espera do momento adequado!
Teresa Durães, acho que o Estado está a arrumar com os portugueses, forte e feio.
ResponderEliminarFelina, ultimamente o Governo anda mais a virar-nos de costas...
Maria Teresa, acho que estão ambos no mesmo patamar da pirâmide de mete-nojo.
Eli, e com um resultado excelente, pelo que vi. Beijoca e obrigado!
Gasper, esta foi simples, salta à vista!
ResponderEliminarPatrícia, e achas que o governo não chega às ilhas selvagens, nem que não seja para cobrar um imposto por estares “arrumadores free”? Beijocas!
Psimento, apostas bem, pois é muito raro dar uma moeda a um arrumador. Já ao governo, é muito raro não lhe dar quase tudo! Abraço!
S*, infelizmente a solução para essa praga não é bem vista pela Convenção de Genebra.
Brown Eyes, qual acobarda! Estaciona é longe, pois o exercício físico faz bem!
ResponderEliminarGota de Vidro, ainda pior é quando o fazem em zonas de parquímetros, são dois roubos no mesmo momento. Beijoca!
Elvira Carvalho, se bem que o Governo não te risca a conta se não lhe pagares, quanto muito risca-te da sociedade. Beijoca!
Mz, a alguns arrumadores não me importava de ver dentro de sacos pretos...
Pássaro Viajeiro, faz-me lembrar o tipo que recolhia as moedas da Fonte de Trevi, em Roma. Quando foi apanhado ainda reclamou uma compensação, por ter perdido o seu rendimento diário! Abraço!
Fiquei atonita com a historia do passaro viajeiro... eu vivo em bristol e a 5 minutos do Zoo e nunca ouvi essa historia... ja para nao falar do parque, que me parece muito mais pequeno que isso, mas pode estarem a falar de outro parque adjacente. Tenho que investigar!!!
ResponderEliminarAH! Ca esta a historia... completa invencao e mito urbano!!!
ResponderEliminarBem me parecia muito estranha a historia! Venderam a banha da cobra ao sr Paulo Ferreira!
http://www.thisisbristol.co.uk/Urban-myth-Bristol-Zoo-parking-attendant/story-11266383-detail/story.html
AEnima, Vendi o peixe pelo preço que o comprei.
ResponderEliminarPor isso declarei a fonte, suprimindo-lhe apenas o endereço electrónico.
Tão simples quanto isso.
Mauzinho...
ResponderEliminar(podes acrescentar também... chefe/patrão, se não te importares ;)
AEnima, é daquelas histórias que se vão repetindo, até que um dia se acredita piamente nelas. Mas olha que existiu um tipo assim em Roma! Beijoca!
ResponderEliminarPássaro Viajero, não leves a AEnima a mal, simplesmente ela é uma mente inquisitiva, e gosta de certificar as coisas. E gira, é bem gira!
Jaime A., isso é melhor não, sei lá se não passam por aqui. Abraço!