Quem me conhece sabe que neste
blog mora um espécime do mais valente que há, com características por demais
suficientes para o elevarem à categoria de herói da pátria e arredores.
Mas, tal como todos os
heróis, tenho um ou mesmo muitos pontos fracos. Hoje vou falar-vos do pior, a
ida ao dentista. Esta fobia começou ainda eu era um cachorrinho, à conta de um
charlatão que devia ter tirado o curso na mesma escola onde o Fábio Coentrão
arranjou a carta. O terror começava na porcaria da sala de espera, que deixava
ouvir aqueles zumbidos das brocas e os gritos alucinantes dos pacientes que nos
precediam, tornando o aproximar da hora da consulta uma autêntica caminhada
para o cadafalso. Já lá dentro, o pavor e o estrebuchar era tanto que o meu pai
tinha de se sentar na cadeira do dentista, colocando-me então no seu colo e
envolvendo-me com os seus braços. A coisa até funcionou bem, até ao dia em que
o “dentista” resolveu dar-me uma injecção num abcesso. Bom, os meus braços
estavam amarrados, mas as pernas não. Levou com um tal pontapé na barriga que
ainda hoje deve exibir a marca aos amigos, se é que aquele animal tem algum.
Cabrão…
Durante muito tempo andei
afastado dessa gente, até que cheguei a uma encruzilhada da vida: ou ganhava coragem
para voltar a ter uma consulta ou arriscava-me a passar por primo do emplastro.
Em boa hora optei pela primeira opção, pois calhou-me um autêntico cavalheiro
dental, com tanto de dentista como de psicólogo. Depois de ouvir as minhas
anteriores experiências, tranquilizou-me, dizendo que agora a profissão estava
mais evoluída, e mais não sei o quê. Sei que com tanta conversa, quando dei por
ela já tinha a broca cá dentro e, diga-se em abono da verdade, não custou
muito.
Como não há jeitosa sem
celulite, este meu novo dentista tem um problema: é que o tipo gosta mesmo de
conversar! Tanto que, mesmo tendo os dois braços enterrados até aos cotovelos
na minha boca, por vezes faz pausas para que eu lhe responda! Lá me sai um
MENHUFEME-BELHOCATXE, que aparentemente o satisfaz, pois abana a cabeça e lá
retoma o trabalho. Em todo o caso, à cautela, estou a pensar seriamente em
aprender linguagem gestual só para poder manter uma conversa inteligível com o
senhor, não vá um dia ele compreender mal os meus grunhidos e lá vem a broca
sem anestesia!
Até sempre,
Rafeiro Perfumado
20 comentários:
O eterno medo do dentista... por parte dos elementos masculinos... quem quer que estes sejam! : )
Só me chateia a sala de espera com a TVI e o tempo que tenho de estar de boca aberta.
A última consulta que tive para desvitalizar um dente, estive hora e meia de boca aberta. Saí do dentista, fui até ao carro que estava a 500 metros e quando cheguei a casa (a uns bons 15 Km), ainda não conseguia fechar totalmente a boca. xD
Caguinxas..........
Um abraço.
Em criança, fugi da cadeira e bem podia a doutora dizer “Preciosa (nome da assistente), agarre essa menina!” Nunca mais me viram!
Mais tarde, muito mais mais tarde, fui ao dentista (delícia de pessoa e de profissional) duas vezes por mês, durante 4 anos. Não custou nada! O assistente era… uma preciosidade!!!!
Bjis :)
Quanto à tua alegada valentia, digamos que, como não sou tão valente como tu, é melhor fazeres para que nunca seja obrigado, sob tortura, a revelar a verdade! (não estendas esse focinho assim, lembra-te que sob tortura a verdade é o que quer que o torturador queira ouvir!)
Mas falado de dentistas, não sendo propriamente o meu passatempo favorito, digamos que considero que dói muito mais na carteira! Não posso deixar de concordar com o facto de ser altamente frustrante ter uma pessoa a falar connosco e a mexer-nos na boca impedindo a nossa reposta em condições. ;)
Abraço,
FATifer
Ah, como te compreendo, tive um percurso muito idêntico na infância. Mas, como se não bastasse, ainda caí nas mãos de um mecânico, que era o que eu queria. não usava broca! Mas os dentes, esses continuavam a cariar e a apodrecer...
O meu atual dentista já só atende antigos clientes, porque está reformado. Mas também gosta muito de conversar, tem essa faceta de dentista-psicólogo. Normalmente fala ele enquanto nos trata a boca, as perguntas com resposta põe só no final... :)))
Beijocas!
Achas que as jeitosas vão suportar essa tua boca?
Não te quero alarmar mas receio que tenhas que visitar esse "cavalheiro dental" mais cedo do que o previsto...
:)
Ahahah. O meu adora conversar, mas é com a assistente... eu fico só ali de boca aberta e olhinhos a mexer, a ouvir.
Tira-me isso da boca, pá!, dava um bom título de um filme... porno. Não, não tenho uma mente pecaminosa, garanto-te :)
Também eu te percebo. A minha primeira ida ao dentista foi com um cabrão que me arrancou um molar com o que parecia um alicate daqueles que a gente tem cá por casa. Levei 3 anestesias e aquilo não pegou, cá para mim era água por isso é que eu senti tudo... filho da mãe que me deixou traumatizada até ao final da minha vida. Mas ao menos não precisei de falar, apenas gritar.
MENHUFEME-BELHOCATXE, as possíveis traduções são?
Ola,que blog mais gostoso de ler e curtir.Gostei demais.Meu abraço.SU
Para acabar com o medo do dentista, o Governo já está a tratar do caso, só terá medo quem tiver dinheiro para pagar, os outros, aguentam a dor, que se lixam. bom domingo
O meu é rato velho, diz 'Bella! Bella!' e eu entrego logo a cremalheira... ao manifesto: "espera até veres como ela te morde!". :D
Dentistas? Não, obrigado!
dassssssssssss
Cão que ladra não morde...
Catarina, queres insinuar que as mulheres adoram dentistas?!? Tenho-vos em conta de valentes, mas nesse campo toda a gente se acagaça!
Fusion, tiveste sorte em ter ido de carro e não de mota, já viste a quantidade de moscas que te entrariam pela boca?
Alguém que me quer bem, e com muito orgulho!
Nêspera, e entre essas duas idas ao dentista viveste onde? Beijoca!
Fatifer, mas há dúvidas que sou mais valente do que tu? E responde ignorando essa catana encostada às tuas partes baixas, faz favor! Abraço!
Teté, o meu deve ter faltado a essa cadeira “como dialogar com o seu paciente – timing e assunto”. Beijoca!
Rui Pascoal, só me preocupa, verdadeiramente, uma jeitosa. E se me aceitou quando tinha dentes que saiam da boca, agora então nem me larga!
S*, que mal educado, não te incluir na conversa. Mas aposto que mexes imenso os olhinhos!
Jota Ene, se fosse um filme porno seguramente o título seria “Mete-me isso na boca, pá”. Abraço!
Didi, ainda por cima não tiveste o gostinho de lhe meter o umbigo para dentro!
Anónimo, mais ou menos isto “não consigo falar com o seu cotovelo a bater-me nas amígdalas”
Suzane Weck, ainda bem que gostaste, espero que regresses! Beijoca!
Táxi Pluvioso, não sei bem o que será melhor… Abraço!
Blogadinha, e tu deixas um rato velho mexer-te na boca? Ca nojo!
Kok, nem as que te se debruçam sobre ti, assim de forma mais sensual?
Tétisq, acho piada dizeres isso tão longe de mim… vinde, vinde cá.
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