Cuidado com o Rafeiro! Não é que morda, mas podes pisá-lo sem querer...

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Queres isto ou isto?

Imaginem que entram num restaurante, sentam-se e um empregado sorridente vem ter convosco, trazendo na mão o menu. Antes que possam olhar para as opções, ele diz-vos, ainda com o mesmo sorriso:
- Temos um prato de carne e um de peixe, qual é que vai querer?

Perante uma escolha tão limitada, digamos que vocês escolhiam carne. Ao ouvir a resposta, o empregado perde o sorriso e retira-se. Passados uns minutos, volta com o mesmo sorriso e volta a formular a mesma pergunta. E esta acção repete-se até vocês escolherem a porra do peixe.

O que é que, na vossa opinião, seria mais correcto o cliente fazer:
1. Levantar-se e abandonar o restaurante
2. Dar uma joelhada na fruta do empregado e obrigá-lo a comer a ementa
3. Exigir que, uma vez terem-nos sido dadas duas opções, que a nossa escolha seja respeitada
4. Dar-mos nós próprios uma alternativa, tipo salada

Esta cena nunca ocorreu comigo, felizmente, mas também só a utilizei para figurar uma outra situação, essa bem real. Falo-vos da figura dos referendos, supostamente uma das formas de auscultação democrática que existe em Portugal. E digo supostamente porque para mim é dos maiores atentados que podem ser feitos, quer à nossa liberdade quer à nossa inteligência.

Se repararem bem no curto historial de referendos feitos no nosso país, estes são utilizados para submeter ao escrutínio popular uma determinada ideia, que pelo seu interesse ou grau de divisão que provoca na sociedade, entende-se dever ser esta a decidir da sua aplicação ou rejeição. Mas o que constatamos é que, quando a ideia proposta é rejeitada, passados uns tempos volta à carga, até que a mesma seja aprovada. Passou-se, por exemplo, com a Lei do Aborto. E, espanto dos espantos, uma vez aprovada a ideia pretendida, deixa de ser passível de retrocesso. A isto eu chamo manipulação, ou pelo menos algo que não tem nada a ver com um Estado de Direito democrático. E já nem falo da manipulação ao nível da construção da pergunta...

É por isso que nunca votei num referendo e continuarei a não votar, pois entendo não pactuar com palhaçadas. E a única coisa que me chateia é aqui não poder aplicar a opção 2. Ah, relativamente ao referendo que aí vem, sou a favor da co-adopção por parte de famílias com o mesmo sexo, só não sou a favor que me venham com palhaçadas de referendos.

Até sempre,
Rafeiro Perfumado

28 comentários:

  1. Não conheço ninguém que esteja a favor deste referendo Rafeiro....
    Para mim uma forma de entreter o povo como se fosse estúpido!

    Mas gosto de te ter de volta!
    :)

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  2. E os motivos pelos quais fazem estas palhaçadas também são ridículos. Insultam a rapaziada. Dá-lhes dentadas por mim, please.

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  3. Concordo 100% contigo!!!

    Ah!, e quanto ao empregado de mesa, escolhia a opção 2, como é obvio.
    Beijos.

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  4. Concordo ctg... referendos da treta!!

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  5. Ah, mas essa historinha do restaurante acontece no voos de longo percurso, quando você se senta além da poltrona de número trinta. A opção carne sempre acaba primeiro mas o discurso pode ser o mesmo: "carne ou peixe?" O caso é que fica difícil abandonar o serviço, já que as portas do "restaurante" estão fechadas. Quanto ao referendo, eles estão sempre querendo saber o que pensamos que é para terem a certeza de fazerem ao contrário. Simples assim.

    abraços pitangueiros com temperatura beirando os 40.

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  6. Se a adopção for referendada, vai acontecer o mesmo que se passou com o aborto.

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  7. Manipulação pura e dura!
    No restaurante, eu escolheria mesmo a hipótese 2...

    Beijinho

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  8. Assino por baixo! Também sou a favor mas que se lixe o referendo. Pata mim,é a opção 2 :)

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  9. Como não sou daí e sim de cá e não passo por referendos mas por reverendos que escrevem e o povo diz amém, ajoelha e reza, enfim... Achei coerente e interessante vossa opinião, bem coerente.

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  10. Também gostava de poder escolher a opção 2, seguida da 3, mas há falta dela, se houver referendo (atemos de esperar pela resposta do TC) voto a favor (tanto da co-adoção como da outra sem co), que é para ver se não acontece o mesmo que com a questão do aborto. Se o assunto ficar arrumado à primeira, sempre se evitam mais gastos num segundo referendo ou outro esquema qualquer. Acho que os referendos podem ser uma ferramenta útil, mas nestas questões servem apenas para colmatar a falta de coragem para legislar e aprovar algo que já devia estar em vigor.

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  11. Não pode haver outra opcção... como por exemplo sodomizar o empregado com os talheres!
    Enfim é o que temos e o povo agradece a distracção!

    Beijinho

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  12. Eu até sou a favor da coadoção por casais do PSD. bfds

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  13. Eu proponho um referendo sobre o extermínio de mentecaptos tipo… Hugo Soares…

    Bjis :)


    (Isto é que eram saudadinhas. MESMO!)

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  14. ¸.•°♪♬♫º°
    Passei para uma visitinha.
    Rafeiro, como você tem razão!

    °º✿♫ Bom fim de semana!
    °º✿ Beijinhos.
    º° ✿✿ ♫° ·.Brasil

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  15. Sou completamente a favor do assunto, completamente contra a forma como querem decidir o assunto. E sou sincera: tenho muito medo do resultado deste referendo, porque acredito que infelizmente Portugal ainda é um país de atrasados no tempo.

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  16. Estou contigo...o referendo é como sempre foi um meio de distracção para o povo crer que tem voto na matéria. Não obstante...dava um pontapé na fruta do empregado e pedia-lhe uma salada para take away

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  17. Voto na hipótese 2.
    (Até pago se for preciso!)

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  18. Com a Fatura da Sorte entra-se a pé no restaurante e sai-se de Ferrari. bom domingo

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  19. 1-não "referendares" acho que fazes mal; mas quem sou eu...
    2-essa gente (é mesmo num termo depreciativo) está minimamente preocupada com as suas acções e directivas e as respectivas consequências para com quem os elegeu?
    Claro que não!
    Estão-se positivamente "a cagar"!
    3-o superior interesse das crianças? fica sempre bem num discurso político!

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  20. Dás um perfeito exemplo e um mau exemplo ao mesmo tempo. Introduzes o referendo com uma hipotética situação num restaurante e esse é o mau exemplo. Porque como bem dizes, nunca aconteceu contigo, também não aconteceu comigo e acho que é muito raro de acontecer! O que comprova que os empregados de mesas e os gestores de restaurantes são mais eficazes que os políticos. Logo, a comparação é absurda mas é perfeita para demonstrar que o universo da restauração tem maior competência no serviço ao público.

    Um referendo tem razão de existir. Não sou CONTRA eles, mas não sou a favor do uso que lhes querem dar. Este era uma anedota, queriam à descarada usar um assunto sensível para levantar bandeiras partidárias e manipular o voto do povo. Mas talvez o povo já tenha aberto a pestana para estas manipulações políticas.

    Sou a favor que se façam referendos como princípio democrático para questões realmente pertinentes e que DIVIDAM claramente a sociedade. (por exemplo: quer adoptar o EURO? - esse não foi feito).

    Agora para este tema? Não sei se é caso para referendo. Alguém duvida que é SIM a resposta?

    Temos casos públicos de conhecidas figuras públicas e outras menos que sendo homossexuais ou lésbicas estão a criar crianças e já não é de hoje, já tem décadas. Não é a população que se incomoda, as leis é que têm de ser adaptadas porque somente isso interfere na vida desses casais.

    Os referendos custam tanto dinheiro, não temos nenhum, a crise está a tirar tudo. Foi tão absurda esta «proposta» de referendo que nem tinha por onde começar a enumerar tudo o que me parece evidentemente ridículo.

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  21. Bem você fez-me rir com o final do seu blog. É boa piada, não há petróleo.

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  22. Boop, nem é particularmente sobre este referendo, é sobre a figura do mesmo. Beijoca!

    Tio do Algarve, gastaria os maxilares antes de chegar a metade do trabalho!

    Conchita, sempre soube que eras uma moça inteligente. Beijoca!

    Pinky, uma suposta figura democrática mas que esconde um regime ditatorial.

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  23. Pitanga Doce, essa temperatura é de fazer inveja a um esquimó. Por acaso nunca me sucedeu isso no avião e acredita que já fui quase agarrado à cauda! Beijoca!

    Inês E., nem mais, sem tirar nem pôr.

    Graça Sampaio, estou a ver que o empregado iria falar fininho com a maior parte da malta. Beijoca!

    Marta, sai mais uma joelhada na fruta. Começo a ter pena do moço...

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  24. Carolina Tavares, por aqui a opinião do reverendo continua a ter um peso quase de lei, mas felizmente tem vindo a diluir-se com o tempo.

    JOTA ENE, sai uma joelhada?

    Carpe Vitam!, bastariam os partidos colocarem estas questões nos seus programas eleitorais, mas lá está, a coragem é pouca.

    Utena Marques, não coloquei essa opção porque depois os talheres ainda voltavam para a mesa de um cliente menos afortunado. Beijoca!

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  25. Táxi Pluvioso, ou mesmo de outra cor partidária!

    Nêspera, e achas que ficávamos com pessoas vivas suficientes para levar isto para a frente? Beijoca!

    Magia da Inês, uma beijoca, bom FDS!

    Lia, para que conste, sou a favor do assunto. Mas não suporto que nos tentem “conduzir”.

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  26. Nada, e não seria arriscado? Eu pelo menos colocava de parte os tomates...

    Mitro, não te preocupes, acabas sempre por pagar!

    Táxi Pluvioso, por acaso é mais Audi. Abraço!

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  27. Kok, para mim há uma frase que me convenceu relativamente ao tema em si “mais vale dois pais do que nenhum”. Agora o referendo, esse não engulo nem com pontapés na fruta!

    Portuguesinha, o mal está exactamente na forma como os referendos são construídos, com um exercício de semântica que tenta induzir a resposta que se pretende. E quando assim é, irei sempre considerar o mesmo como um atentado à democracia e à minha inteligência. Beijoca!

    António Jesus Batalha, mas se pagares bem deixo-te fazer uma prospecção!

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11º Este é um espaço unicamente destinado ao divertimento do autor e, sabe-se lá porquê, de algumas selectas visitas. Se não estás imbuído desse espírito, pira-te e não voltes.

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