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segunda-feira, 4 de junho de 2018

Carta aberta à CP pela greve de hoje e pelas que ainda estão para vir

Viram? Consegui escrever o título sem vos insultar, sendo que depois do que passei hoje para conseguir ir trabalhar não era tarefa fácil. Não posso é garantir que este exercício de contenção se mantenha no resto do texto.

Há uns tempos atrás mantive uma troca de e-mails com a CP por causa de uma das milhentas greves que eles fizeram, onde nitidamente o único prejudicado foi o cliente que lhes paga o salário (seja pelos passes e bilhetes comprados seja pelos impostos que lhes permitem continuar a laborar).

Bem sei que nessa altura não fui muito simpático, tendo mesmo chegado a comparar a CP a um bordel onde, mesmo pagando adiantado, se recusa a satisfazer os seus clientes. Isto pelo facto de quem paga passe não ser ressarcido pelos dias de greve, seja em dinheiro ou extensão da validade do passe.

Pois hoje, 4 de Junho de 2018 da graça do Senhor, fomos brindados com outra greve, greve essa que previa supressões e atrasos. Meus caros senhores, vamos lá a ver se nos entendemos relativamente ao termo “supressão”… quando em cinco comboios circulam dois, podemos dizer que três foram suprimidos. Quando em 20 comboios não circula um para amostra, o termo a utilizar é “aniquilados”. E se estas contas forem difíceis de fazer, só significa que a vossa inteligência foi suprimida.

Claro que nunca me passaria pela cabeça dizer que não têm direito à greve! Pois claro que têm, agora e sempre! O que não têm direito é a gozar com as pessoas, sendo desonestos quando exercem um direito primário e consagrado na lei. Se vocês dissessem “amanhã não há comboios, desenmerdem-se”, a malta pelo menos sabia com o que contar. Agora quando dizem que vai haver “supressões e atrasos”, isso é incutir falsas esperanças nos utentes. E nem comento a mensagem de voz em que dizem que o comboio das 06:31 circula com um atraso de 45 minutos. Sabendo que os comboios circulam com intervalos de 15 minutos, ou viriam três comboios, uns em cima dos outros, ou estão mesmo só a palhaçar connosco. Além de que para utilizar o conceito “atraso” significaria que em algum ponto do globo esse comboio teria chegado a partir.

Depois a inexistência de serviços mínimos, Pelos vistos um qualquer tribunal arbitral decretou que não haveria serviços mínimos porque as pessoas poderiam encontrar transportes alternativos. Ou estes animais pertencem ao Conselho Directivo de um certo clube português fundado em 1906, vivendo numa realidade alternativa, ou então consideram como alternativa o ir a penantes! Mas quem vos garante que quem gasta dinheiro num passe tem depois carro próprio, dinheiro para apanhar um táxi, Uber ou a meretriz que vos pariu?!? E a consistência nestas decisões? Uma vez é decretada greve, tomem lá serviços mínimos. Noutra vez exactamente as mesmas condições, não há nada para ninguém. Só posso concluir que a existência ou não dos ditos serviços mínimos depende se algum familiar desse tribunal necessita de usar o comboio!

Por último, o motivo da greve. Pelos vistos tem a ver com um regulamento que existe desde 1999 e que não foi alterado desde então mas que os sindicatos querem ver "devidamente esclarecido". Pois para mim já houve algo que ficou bem claro: vocês são umas grandessíssimas bestas.

Até sempre,
Rafeiro Perfumado
 

9 comentários:

  1. Supera por 2 os 10 mandamentos - Presumo que a tábua fosse um bocadito maior :-)

    Quanto à grave, rafeiro amigo (só para dar ênfase) estou contigo.

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  2. Correcção: Quanto à greve, é grave (...)

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  3. Pois, sempre que há greve quem se lixa é o utente.
    Abraço

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  4. Deveria ser como nos países nórdicos. Quando fazem greve vão trabalhar mas não cobram os bilhetes. A CP iria sentir o prejuízo e os trabalhadores da CP iriam ser compreendidos e apoiados pela população.

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  5. Ah! Sem saudades nenhumas de transportes. E o metro? Uma vergonha!

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  6. Que saudades doidas que eu tenho dos comboios a carvão! Sempre um "gajo/a" pegava na pá e metia lá para dentro e dizia um palavrões para "exorcitar" a indignação e a revolta. Não íamos muito longe, confesso, até, porque nunca conduzi uma locomotiva, mas pelo mostrava aos fulanos como se trabalha! :-)

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  7. Que saudades doidas que eu tenho dos comboios a carvão! Sempre um "gajo/a" pegava na pá e metia lá para dentro e dizia um palavrões para "exorcitar" a indignação e a revolta. Não íamos muito longe, confesso, até, porque nunca conduzi uma locomotiva, mas pelo menos mostrava aos fulanos como se trabalha! :-)

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  8. Ui, o que para aqui vai!:)
    Os anos passam, uma pessoa ausenta-se - não, não foi para parte incerta! - e quando regressa depara-se com este desatino.:)
    Os homens, e as mulheres, claro, nada de segregações, têm direito à sua grevezita, ora essa!
    Que tal tirar o dia da dita e justificar a falta com esse argumento? Não há transportes, não há nada para ninguém, ponto.
    Que complicado, este Rafeiro!:))
    Abraço.

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