Cuidado com o Rafeiro! Não é que morda, mas podes pisá-lo sem querer...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

E o prémio vai para...

Espera, não fujas! Não vou atribuir nenhum prémio ou selo, fiz essa brincadeira uma vez e ainda hoje me arrependo, tal o caminho que aquilo tomou. Não, o que hoje me leva a escrever são outros motivos, mais precisamente aquelas votações que estão constantemente a serem promovidas por revistas, jornais, sites e outras publicações, nas quais se elege o “mais ou menos qualquer coisa do mundo”, sendo que “qualquer coisa” assume múltiplos papéis, desde a mulher mais sexy até ao homem menos inteligente, com inúmeras variações pelo meio. E não estejam aí todas sorridentes, gaijas, que a escolha dos exemplos foi completamente ao calhas.

Está certo que a nossa raça tem uma tendência natural para se comparar, desde a olhadela inocente no urinol até à observação invejosa do soutien da vizinha (que fique claro que em ambos os casos não sou eu o observador), mas este tipo de votação, o maior ou melhor do mundo, parece-me sempre uma palhaçada, por uma quase infinidade de motivos. Ainda hoje tenho presente uma votação efectuada por uma revista de música para determinar o melhor grupo musical do século XX. O vencedor da votação? Backstreet Boys. Queen? U2? Beatles? Xutos e Pontapés? Afonsinhos do Condado? Não, a escolha recaiu sobre uns teenagers esganiçados, de sexualidade duvidosa, que tiveram uma duração na indústria musical comparável a uma rapidinha mal dada e um impacto semelhante a um apalpão com a unha lascada na nádega esquerda da Odete Santos.

Esta é apenas uma das variáveis que tira qualquer credibilidade a este género de votações, o universo dos “eleitores”. Apesar de no exemplo dado predominarem os fedelhos com 14 anos, bastava não serem os Queen a ganharem para se evacuar imediatamente no resultado. Mas mesmo em temas mais interessantes, como “as melhores glândulas mamárias ao cimo da terra”, não me recordo de me ter sido pedida a opinião. Como é que podem esperar que eu aceite os resultados apresentados se lhes falta a opinião de um especialista?

Outra variável que me levanta sérias dúvidas é a escolha dos candidatos. Se falamos de algo a nível mundial, parece-me apenas justo que todas as hipóteses possíveis vão a votação, certo? Nem que isso implicasse um boletim de voto capaz de dizimar 7% da Amazónia, mas tinham de constar lá todas as possibilidades de voto. Quando foi a eleição do não sei quem para homem mais sexy do mundo, por que motivo é que eu não entrei na escolha? E eu que ouça um risinho, por muito abafado que seja!

Querem ser credíveis? Expliquem muito bem o que estão a fazer, desde quem está a concurso, os meios usados para votar e o universo de eleitores. Ignorem uma destas variáveis e podem pegar nos resultados e enfiá-los num certo sítio, ou no vosso ou no de quem acredita nessas tretas.

Até sempre,
Rafeiro Perfumado

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Ode por um buraco

Nas minha deambulações pela blogosfera, tenho constatado que a determinada altura quase todos os blogs fazem uma incursão na poesia, como se fosse algo obrigatório a fazer durante a sua existência, qual muçulmano que tem de ir a Meca.
 
Na posse desta preciosa informação, dei por mim a ter pensamentos que me desafiavam a também eu fazer uma perninha neste domínio: “e porque não tu, Rafeiro? Afinal, escreves tão mal como qualquer um”, “vá, toca a perder a vergonha e arrancar umas estrofes de fazer corar o Camões, se ele ainda tivesse bochechas, claro” e outras parvoíces, que após matutadas e digeridas, resultaram nisto.
 
E tudo se resume
A um simples buraquinho
Onde sempre se presume
Haver mais um espacinho

E este orifício
Que é mais uma racha
Sabe do seu ofício
E não faz paleio de chacha

Capaz de dar tanto prazer
Fazer reais as miragens
Consigas tu saber
Como concretizar as viagens

O movimento certo
No momento exacto
Fica tudo em aberto
Para o sucesso imediato

E quando terminas
E sentes a enxurrada
Logo desconfias
Que não queres mais nada

Porra, que esta cena da poesia é mais complicada do que eu pensava. Mas também quem me manda inspirar numa Slot Machine…

Até sempre,
Rafeiro Perfumado

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Não sejas batoteiro, pá!

Sou um grande apaixonado por jogos de computador. Gosto de chegar a casa e, nos dias em que a jove se esconde bem, descarregar o stress no teclado e rato, fazendo voar cabeças de zombies, esventrando políticos, pontapeando coelhos felpudos e outras brincadeiras inocentes.

E, como eu, existem mais uns milhares, claro. Mas dentro deste universo, há aqueles que gostam de ir pelo caminho mais fácil, ou seja, os batoteiros. Refiro-me àquela malta que, à primeira dificuldade ou mesmo antes, lançam-se na internet à caça das famosas cheats, para que através da simples introdução de um código o jogo abra as suas pernas de par em par, qual rameira perante um cliente abastado.

O que pode, à primeira vista, parecer uma coisa insignificante, assume contornos preocupantes. Malta assim não sente o prazer de ultrapassar as adversidades, de conquistar algo apenas através das suas capacidades. E claro que este tipo de atitude depois se reflecte na vida real, pois a não ser que faça parte do Governo, dificilmente conseguirá ter uma atitude de conquista perante os problemas, preferindo expedientes como o suborno, o roubo ou a chico-espertice, que são o equivalente às cheats mas no mundo a sério.

Batoteiros, digam-me lá sinceramente: qual é a piada de num jogo ter uma situação complicada e, mediante uma “magia” ultrapassá-la instantaneamente? É quase como estar a tentar engatar uma gaija, digitava-se um código e, PUF, estava-se logo na fase pós-quecanço, a fumar um cigarro e a reparar nas rachas que a parede tem.

Se eu fosse um tipo dado à filosofia, diria que o verdadeiro interesse não está no destino mas no caminho que percorremos, mas seriam palavras demasiado eruditas para este espaço. E para não dizerem que sou um tipo demasiado radical, até aceito que se coloquem umas cheats mais básicas, como prolongar a vida ou aumentar a força do herói, mas apenas porque isso também daria jeito na metáfora do engate. Tudo o resto, meus caros batoteiros, são atalhos, que vos desviam da estrada do verdadeiro prazer. Porra, lá estou eu outra vez a filosofar... 
 
Até sempre,
Rafeiro Perfumado

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Na volta tenho de plastificar os bolsos


No mundo laboral existem duas expressões, relacionadas com a remuneração, que sempre me causaram uma certa estranheza, mais concretamente o ordenado limpo e o ordenado líquido.

No primeiro caso, ainda consigo ver a intenção da coisa, pois o que nos é dado é o ordenado limpo de porcarias, personificadas nos descontos que fazemos para o Estado, sindicatos e demais sanguessugas.

Já no que toca ao segundo, acho que é uma expressão infeliz. Se fossemos pagos em petróleo, gasolina, água ou afins, ainda vá, de outra forma, que sentido faz? Já para não falar que teríamos de ir receber o salário com um balde e uma esfregona! Balde? Um copo!

Até sempre,
Rafeiro Perfumado

terça-feira, 14 de junho de 2011

Olha se fossem vacas...

Uma das grandes pragas que as cidades portuguesas têm, a disputar renhidamente o pódio com os arrumadores de carros, os vendedores de Time Sharing e os políticos em campanha, são os pombos.
 
Vantagens em relação às outras pragas? São mais fáceis de espantar com um bater de palmas, tendem a reagir menos violentamente se lhes dermos uma biqueirada e, acima de tudo, têm uma cara fofinha. Desvantagens? Estragam igualmente os carros, são inoportunos e obrigam-nos a desviar quando caminhamos e, se não tomarmos cuidado, podem mesmo lixar-nos o dia ao quererem contribuir para o padrão da nossa roupa.
 
Eu próprio já tive uns quantos encontros imediatos com estes bichos, que me acertaram com tal violência na cabeça que podia jurar que diminuí uns quantos centímetros. E só não reagi à pedrada porque ao olhar para cima não consegui descortinar qual deles estava a rir com mais vontade.

No entanto, acho que o problema dos pombos não passa pelo seu extermínio ou controlo populacional, mas antes pela sua reeducação. Era metê-los a todos numa sala de aulas e com o auxílio de uns gráficos e desenhos ensinar-lhes conceitos básicos de evacuação anal, do género “monumentos não, arrumadores sim, e com genica”, “pessoas a caminho do trabalho não, carros mal estacionados afinfa-lhes que só se perdem as que caírem no chão”.

Se conseguíssemos colocar os pombos a desempenharem este papel cívico, garantidamente que a vida nas cidades ganharia outra qualidade.
 
Até sempre,
Rafeiro Perfumado

sábado, 11 de junho de 2011

Ditados rafeirosos 17

"Antes asno que me carregue do que cavalo que me derrube"

E uma terceira alternativa, como ir a pé ou de transportes públicos, não seria sensato?
Published with Blogger-droid v1.7.1

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Não é nada disso, querida!


As mulheres são desconfiadas por natureza. Não podem apanhar o seu homem com um ar distante, absorvido nos seus pensamentos que o acusam imediatamente de estar a ter fantasias com suecas e ucranianas. Isto é completamente falso, a nacionalidade varia bastante.

Até sempre (espero),
Rafeiro Perfumado

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Raios ta partam, Margarida!

Pertencer a um clube de virgens é como querer ser vegetariano no meio de um rodízio.

Texto tão brilhante que teve de ser removido para um local mais seguro, mais precisamente o livro Agarrem-me ou dou cabo desses palhacitos!

sábado, 4 de junho de 2011

Isto não tem nada a ver com as eleições!

Imaginem que vivem num galinheiro onde é necessário escolher um líder. Por motivos obscuros, uma raposa entra na corrida. Pouco se sabe sobre ela, nunca se viu um ovo que tenha posto, mas em contrapartida é bem-falante, promete milho em abundância e que os ovos colocados pelas galinhas não lhes serão tirados. E as galinhas acreditam. No entanto, após ser escolhida, a raposa mostra o que realmente é. Dá o milho a membros da sua matilha, racionando o destinado às galinhas e ainda se afiambra aos ovos que estas colocam, afirmando que são necessários para o funcionamento do galinheiro. E as galinhas, tirando um ou outro cacarejo, aceitam o seu destino, afinal foram elas que escolheram a raposa.

Chegada a altura de escolher novamente o líder do galinheiro, eis que as galinhas se esquecem do que sofreram e, fazendo jus à fama de terem cérebro pequeno, voltam a escolher a raposa como líder, acreditando na promessa de que agora tudo será diferente. Mas não é, e a história repete-se. Ainda menos milho, mais ovos surripiados, mais poder para os membros da matilha. E os cacarejos do costume.

E eis que surge novamente a época da escolha do líder. A raposa já não consegue convencer tantas galinhas, mas mesmo assim continua com o seu discurso, prometendo aquilo que já sabe que não irá cumprir. Não faço ideia de qual o bicho que vai ser escolhido, mas sei que a raposa tem de levar um valente pontapé no cu.

Até sempre,
Galo Perfumado

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O que arde cura? Está-se mesmo a ver...


"O que arde cura"

O inventor desta expressão garantidamente nunca correu nu por um campo cheio de urtigas. Eu também não, mas não me custa nada a acreditar que chegaria ao fim do dia completamente a arder, e a única coisa que estaria curada seria a vontade de voltar a repetir tamanha parvoíce. Por outro lado, como é que esta mente brilhante explicaria as fogueiras da inquisição? Aquilo ardia e bem, já a cura era muito subjectiva, pelo menos para aqueles que efectivamente ardiam!
 
Até sempre,
Rafeiro Perfumado